domingo, 24 de agosto de 2014

O Captain! My Captain!


Para um agosto do cão, esse sábado até que foi bom. Claro que em matéria de entretenimento... e Palmeiras; não podemos confundir o futebol-entretenimento, que é qualquer jogo que não envolva o seu time em específico, principalmente se o seu time do coração está te acostumando a ficar mais agoniado que entretido. E aquele um a zero teve o sabor de uma goleada, ver o time conseguir segurar uma vantagem depois de tantas desilusões foi como assistir um live do AKB em seus primeiros anos, Dear My Teacher e bolinha. Não consigo ser realista e declarar aqui que se não fosse o Coritiba uma tranqueira, e que estando superiores no primeiro tempo e em maior número no segundo deveria ter sido bem maior o número de gols. Emocional é um negócio louco, né? A bola de Juninho entrou e se fosse Nelson Rodrigues me alongaria na crônica esportiva criando metáforas e neologismos para descrever a emoção sentida ao ver um time que, a uns dias do seu centenário, nunca deixará de ser grande e mostrar que não pretende se apequenar, apesar dos inúmeros problemas. Uma vitória não finda todos eles, ainda há muito perigo... mas esperemos que ela melhore a moral dos jogadores como melhorou o meu sábado. Mas futebol não é tudo nessa vida.

E depois do jogo, ainda pilhado, fui assistir o episódio novo de Doctor Who. É claro que não consegui vê-lo de forma tão racional como gostaria. Palmeiras e Doctor Who são coisas que inspiram em mim emoções muito fortes. Nessa primeira olhada não vi falhas, tudo me pareceu perfeito: é verdade que a qualidade é enorme se comparado com aquele especial de natal xoxo de tudo. Já na segunda vez que assisti, com legendas em português pois estava com a minha irmã (nisso eu fui uma boa influência), começaram a aparecer algumas tintas desbotadas, rachaduras no roteiro, culpa do Moffat... mas tudo continua sendo entretenimento de qualidade.

Doctor Who ainda é Doctor Who. Vibrei com a escolha do Capaldi e continuo vibrando depois de vê-lo em ação, é um grande ator e a mudança de tom do personagem é muito bem vinda. Não é só a retirada da carinha jovem e atraente que cativou legiões de usuárias de tumblr, sinto que o roteiro está mudando de tom também, apesar do Moffat ainda cometer seus deslises característicos. Capaldi já é um grande Doutor, ponto.

Agora, o episódio não é aquele episódio de apresentação em que se costuma dizer ser possível ver a série a partir dali. Sinto que já não seria possível, mesmo aqueles que decidiram começar pelo "The Eleventh Hour", na 5ª temporada, que é realmente um grande episódio que não precisa de minutos adicionais para apresentar o personagem e a premissa principal da série, se sentiram obrigado a ver as outras 4 temporadas, muitos controlando as suas caras de nojo pelas "tosqueiras" nos efeitos de computação gráfica e em geral (jovens, né...). "Deep Breath" é continuidade, afinal a série ainda é produzida (e tem grande parte dos seus roteiros escritos e supervisionados) pelo mesmo desgastado Steven Moffat. tldr: não dá pra começar a ver o seriado da oitava, cara, pega a primeira de 2005, meu, tipo as pessoas decentes!

Muito pano pra pouca manga também. A adoção de um Doctor mais maduro acaba por virar o grande tema, desenvolvendo para a sua aceitação - mas com algum lenga-lenga em momentos bastante pontuais e recorrentes. Entendo que ao público médio tal discussão seja necessária, principalmente se colocando no centro deste processo a companion (que costuma representar os telespectadores), e uma companion que acaba se envolvendo emocionalmente pela outra encarnação d'O Ômi. Não vejo a hora da Garota Impossível se despedir, na verdade, e digo mais: ai que saudades da Amélia!

Critico, mas continuo dando nota alta para esse episódio. A impressão da primeira vez (sábado depois do jogo) foi um pouco abalada por aquela revisão mais "cuidadosa", mas foi boa demais para ser ignorada. A trama principal até que é interessante, Madame Vastra e Jenny continuam maravilhosas (roteiro bastante ousado para um programa infanto-juvenil de origem), Inglaterra vitoriana nunca é demais e o final abre para possibilidades... ops, não quero me exceder.

Resumo: mesmo que a oitava temporada seja só o Peter Capaldi carregando plot holes e mais plot holes nas costas ainda assim vai ser bom. Ansioso pelo próximo episódio (DALEKS. Vai que, né) e já nervoso pelo próximo jogo.

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